OS APÓSTOLOS DE SRI RAMAKRISHNA--PARTE-8

06.10.23 01:27 AM By Curitiba Centro Ramakrishna Vedanta

SWAMI SARADANANDA

Compilador—Swami Prajnatmananda

PUBLICADO 13 DE DEZEMBRO DE 2020

Swami Saradananda nasceu em 1865 em uma família rica, ortodoxa e religiosa de Calcutá. Seu nome de infância era Sharat Chandra Chakravarti. Desde a infância, ele era conhecido por sua devoção a Deus e personalidade séria. Ele permanecia tão quieto que poderia facilmente ser confundido com um garoto estúpido. Como estudante, em quase todos os exames ele liderou a lista dos meninos bem-sucedidos. Ele era uma figura proeminente nos debates e desenvolveu um físico forte fazendo várias formas de exercícios físicos.

 

Sharat era muito cortês por natureza. Ele nunca usava palavras duras com ninguém e não feriria os sentimentos de ninguém de qualquer forma. Sharat foi admitido no Colégio São Xavier. O Padre Laffront era então o Diretor desse colégio. Encantado com a profunda natureza religiosa de Sharat, ele mesmo se comprometeu a instruí-lo sobre a Bíblia Sagrada. Uma vez, Sharat e seu amigo Shashi (mais tarde Swami Ramakrishnananda) foram visitar Sri Ramakrishna, que os recebeu muito cordialmente. Naquela época, muitos devotos estavam presentes e surgiu o assunto sobre casamento. Um dos devotos perguntou: "Então, senhor, é errado se casar ? É contra a vontade de Deus ?”. Sri Ramakrishna pediu-lhe que pegasse um dos livros da estante e lesse em voz alta um trecho da Bíblia, que apresentava a opinião de Cristo sobre o casamento. Então seguiram as palavras de São Paulo: “Digo, pois, aos solteiros e às viúvas, que é bom para eles permanecerem como eu (pelos votos de celibato). Mas se não podem se conter, que se casem; pois é melhor casar do que queimar". A discussão continuou e finalmente Sri Ramakrishna disse com um sorriso: “Certamente direi o que tenho a dizer, você aceite do que digo o quanto quiser”. Essas palavras instigantes de Sri Ramakrishna abriram uma nova visão para Sharat e Shashi.

 

Sharat foi pego na corrente de seu amor. Um dia, Sri Ramakrishna estava sentado em seu quarto em Dakshineshwar, cercado por um grupo de devotos. Sri Ganesha, o deus do êxito, prosperidade, foi o assunto da conversa. O Mestre elogiou muito a integridade de caráter de Ganesha, sua total ausência de paixão e devoção sincera à sua mãe, a Deusa Durga. Sarat disse de repente: “Bem, venerado senhor, gosto muito do personagem de Ganesha. Ele é minha divindade escolhida”. O Mestre imediatamente o corrigiu dizendo: “Não, Ganesha não é o seu ideal. Sua divindade escolhida é Shiva. Você possui as qualidades de Shiva”. Então ele acrescentou: “Pense em você, sempre, como Shiva (Brahman) e em mim como Shakti (a Energia Primordial). Eu sou o receptáculo final de todos os seus poderes”. O significado dessas instruções espirituais do Mestre está além de nossa compreensão. Em outra ocasião, o Mestre perguntou a Sharat: “Como você gostaria de conhecer Deus ? Que visões divinas você prefere ver na meditação ?”. Sharat respondeu: “Não quero ver nenhuma forma particular de Deus na meditação. Eu quero vê-lo manifestado em todas as criaturas do mundo. Eu não gosto de visões”. O Mestre disse com um sorriso: "Essa é a última palavra em conquista espiritual. Você não pode ter isso de imediato”. A isso Sharat respondeu: “Mas não ficarei satisfeito com nada menos que isso. Eu devo marchar no caminho da prática religiosa até que esse estado abençoado seja alcançado".

 

Algum tempo depois, Sharat ouviu Sri Ramakrishna elogiar muito um jovem chamado Narendra. Ele falava tão bem dele que Sharat Chandra se sentiu convencido a ter um relacionamento pessoal com essa pessoa. Ele obteve seu endereço com Sri Ramakrishna. Ao conhecer Narendra, Sharat descobriu que ele era o mesmo jovem que conhecera na casa de seu amigo. Ele havia formado uma opinião errada e injusta de Narendra. Sharat aprendeu a lição de como a aparência externa de uma pessoa pode ser enganosa. Havia outro jovem devoto chamado Naren mais jovem, que entrava em êxtase divino. O Mestre pediu a Sharat que visitasse sua casa também e fizesse amizade com ele. Sharat respondeu: “Não gosto de ninguém tanto quanto gosto do Naren mais velho; portanto, não sinto nenhuma inclinação para visitar o Naren mais jovem”. O Mestre repreendeu Sharat, dizendo: “Você, pirralho, é muito unilateral ! É um sinal de mesquinhez. Assim como a bandeja de flores de Deus contém vários tipos de flores, Ele também tem todos os tipos de devotos. É um sinal de estreiteza se não se pode misturar e ter alegria com todos. Você deve um dia visitar o jovem Naren. Você vai ?”. Sharat prometeu visitá-lo também. Noutro dia, o Mestre mostrou a Sharat diferentes posturas de sentar e explicou várias técnicas de meditação. Sharat disse humildemente: “Venerado senhor, por que me mostrou todas essas técnicas ? Eu não lhe pedi”. O Mestre respondeu: “Isso é verdade. Mas é difícil para mim ficar quieto sem falar e demonstrar alguns assuntos espirituais para todos vocês”. Sharat ficou tocado pela infinita compaixão do Mestre.

 

Depois que Sri Ramakrishna deixou seu corpo, em seguida o mosteiro de Baranagore foi estabelecido. Sharat também ingressou no mosteiro de Baranagore. Em Baranagore, o dia todo e até mesmo longas partes da noite eram gastos em estudo, meditação ou discussão sobre assuntos espirituais. Sharat tinha uma boa voz para a música. Sob a orientação de Narendra, ele desenvolveu ainda mais a arte de cantar. Ele também aprendeu com Narendra a tocar Tabla, um instrumento de percussão. Com voz boa, quando Sharat recitava hinos em sânscrito com sua pronúncia perfeita, as pessoas presentes se sentiam elevadas a um plano superior de existência. Ele manteve o hábito de cantar mesmo em idade avançada.


Os jovens discípulos de Sri Ramakrishna fizeram a cerimônia dos votos monásticos, Sannyasa. Em seguida, eles mudaram seus nomes de família, Sharat tornou-se Swami Saradananda. Então ele saiu em peregrinação a vários lugares. Algumas dessas peregrinações estavam cheias de aventura e incertezas sobre sua comida e abrigo. Diz-se que uma vez, estavam subindo uma colina muito íngreme. Dois de seus irmãos discípulos estavam à frente. Swami Saradananda estava atrás. Cada um deles tinha nas mãos um bastão com o qual conseguiam, de alguma forma, manter o equilíbrio. A subida era tão perigosa que errar o passo significava morte certa. Enquanto Swami Saradananda subia lentamente, ele encontrou um grupo de peregrinos vindo atrás, no qual havia uma senhora idosa. Ela tinha dificuldades de subir porque estava sem um bastão. Swami Saradananda silenciosamente entregou seu bastão para a senhora idosa seguindo o exemplo histórico: “Tua necessidade é maior do que a minha”. Tal era seu espírito de sacrifício, mesmo quando sua própria vida estava em perigo. Swami Saradananda visitou os santuários sagrados no Himalaia também. Durante esse período, ele revelou o estado de sua mente a um devoto: “Pela graça do Mestre, de agora em diante, eu me separei de minha mente. As fantasias da mente não serão mais capazes de me iludir. Eu sou, por assim dizer, a testemunha”.

 

Nesse ínterim, Swami Vivekananda se tornara mundialmente famoso divulgando a mensagem da Vedanta. Ele queria que Swami Saradananda o ajudasse no trabalho da Vedanta no Ocidente. Sobre isso, Swami Saradananda procurou o conselho da Santa Mãe Sarada Devi. A Santa Mãe o abençoou dizendo: “Meu filho, não tenha medo. Você deve ir para o Ocidente. O Mestre irá protegê-lo e estará com você onde quer que você vá”. Em 1896, ele partiu para Londres. No caminho, o navio em que ele viajava foi atingido por um furacão no Mar Mediterrâneo. Houve grande pânico entre os passageiros. Mas Swami Saradananda permaneceu calmo e quieto. Depois de algum tempo, o furacão diminuiu. Quando o navio parou em Roma, ele visitou a famosa Catedral de São Pedro, onde ele entrou em êxtase e ficou completamente alheio a seus arredores. Isso provavelmente porque se lembrou de uma vida passada. Uma vez, Sri Ramakrishna comentou que Swami Saradananda em sua vida passada tinha sido um companheiro de Jesus Cristo. Swami Saradananda deu algumas palestras em Londres. Mas Swami Vivekananda logo o enviou para Nova York, onde a Sociedade Vedanta já havia sido estabelecida. No início, Swami Saradananda ficava nervoso para dar palestras. Mas Swami Vivekananda o encorajou com estas palavras: “Olha, eu já dei uma palestra lá. Você apenas ensina a eles um pouco do Gita e Upanishad e responde suas perguntas. Isso é tudo". Logo Swami Saradananda teve sucesso nos Estados Unidos. A Sra. Ole Bull costumava dizer que Swami Vivekananda era como o sol escaldante e brilhante e Swami Saradananda, a lua fria e refrescante. A Srta. Laura Glenn, mais tarde Irmã Devamata, escreveu sobre ele em suas memórias: “Eu vi de imediato por que ele despertava tanto amor onde quer que fosse no Ocidente. Ele parecia possuir uma gentileza, graciosidade e cortesia exaltadas, que atraíam diretamente.”

 

Nos Estados Unidos, ele foi o convidado do Sr. e da Sra. Wheeler. A Sra. Wheeler viu uma foto de Sri Ramakrishna com Swami Saradananda e ficou surpresa. Ela contou que, antes de se casar, teve uma visão clara de um monge hindu e não sabia quem ele era. Ela ficou maravilhada ao descobrir que ele não era outro senão Sri Ramakrishna. Referindo-se a esse acontecimento, Swami Saradananda mais tarde lembrou: “O Mestre escolhe seus próprios homens e mulheres. Somos meros instrumentos em suas mãos. É um privilégio trabalhar sob sua bandeira. Nos Estados Unidos ele já havia preparado o terreno para mim. Eu não estava sozinho. Ele trouxe para mim homens e mulheres de caráter elevado que me ajudaram em nosso trabalho e demonstraram grande amor por nosso Mestre”.

 

Swami Saradananda era dotado de notável firmeza, bom senso e um coração terno. Ele também estava familiarizado com os métodos ocidentais de dirigir uma organização. Então, Swami Vivekananda o chamou de volta à Índia e o nomeou Secretário Geral do Mosteiro Ramakrishna e da Missão Ramakrishna. Ele continuou neste cargo por trinta anos, até seu último dia. Diz-se que um dia, em Dakshineshwar, Sri Ramakrishna em estado de êxtase sentou-se no colo do jovem Sarat e disse depois: "Eu estava testando quanta carga ele poderia suportar".

 

Swami Saradananda viajou para a Caxemira ao receber um telegrama de Swami Vivekananda informando que ele estava doente. No caminho, Swami Saradananda sofreu um acidente que quase lhe custou a vida. Houve um deslizamento de terra e o cavalo da carruagem em que viajava de repente começou a correr e escorregou por um abismo de cerca de mil e quatrocentros metros de profundidade. Quando a carruagem atingiu a metade da profundidade, bateu em uma árvore. Então uma pedra caiu e esmagou o cavalo, que morreu. Swami Saradananda saltou da carruagem ferido e com o pé machucado. Ele resgatou o cocheiro inconsciente e levou-o à aldeia mais próxima para tratamento. Em seguida, continuou sua jornada em direção a Srinagar, Caxemira. O mais surpreendente foi que Swami Saradananda não perdeu sua equanimidade, mesmo em uma hora tão crítica.

 

Em outra ocasião, ele estava viajando pelo Ganges em um barco coletivo, indo de Calcutá para Belur Math. Um devoto chamado Dr. Kanjilal o acompanhava. Um forte vendaval surgiu e o barco estava quase afundando em meio a ondas violentas. Mas Swami Saradananda fumava calmamente um narguilé. Essa calma exasperou tanto o Dr. Kanjilal que ele agarrou o narguilé, jogou-o no Ganges e gritou: “Maharaj, você é um homem estranho ! O barco está prestes a afundar e você está fumando !”. Swami Saradananda respondeu: "É sensato pular na água antes que o barco afunde ?". Em seguida, aconselhou o barqueiro a baixar a vela. A tempestade diminuiu e eles chegaram em segurança a Belur Math. A profunda calma de Swami Saradananda poderia congelar a raiva de qualquer pessoa e sua mente permaneceria serena em qualquer situação. Vendo esse traço nele, Swami Vivekananda zombava, dizendo: “O sangue de Sharat é o de um peixe; nunca vai aquecer”. Quando alguém vinha a Swami Saradananda com problemas difíceis, ele dizia: “O Mestre arrumará tudo. Fique tranquilo”.

 

Alguém perguntou a Swami Saradananda por que ele dava palestra sem mover as mãos ou fazer gestos faciais. Porque, normalmente, os oradores fazem isso para impressionar o público. Swami Saradananda respondeu: “Swami Vivekananda não gostava disso. Swamiji diria: ‘Durante uma palestra, deve-se remover o ego e ficar frente ao Mestre com humildade e calma. Ele vai fazer você falar o que ele quiser, e ele mesmo vai ouvir. Assim, quando alguém fala com total entrega, somente então aquela palestra leva a mensagem de Deus”. Swami Saradananda disse ainda aos devotos que ele tinha o mau hábito de mover as mãos e fazer gestos faciais durante a palestra. Mas Swami Vivekananda o corrigiu em Londres. Em outra ocasião, alguns devotos pediram a Swami Saradananda para falar sobre Sri Ramakrishna. Ele disse poucas palavras e concluiu dizendo: “Medite no Mestre, e ele sem dúvida se revelará a vocês. Tenha fé. Quão pouco entendemos a natureza infinita do Mestre !”. Ao dizer isso, sua voz ficou embargada, seu corpo ficou imóvel, lágrimas rolaram de seus olhos semicerrados, sua respiração parou e uma beleza divina se refletiu em seu rosto. Os presentes ficaram pasmos. Depois de um tempo, dizendo “Ramakrishna, Ramakrishna”, ele voltou ao plano normal de consciência.

 

Ele escreveu um belo livro em bengali - “Adoração à Mãe na Índia”, Bhārate Shakti Pūja. Lá ele escreve: “O livro é dedicado com grande devoção e humildade a Ela; por cuja graça o autor foi abençoado com a realização da manifestação especial da Mãe Divina em cada mulher”.

 

Existem vários casos em que o Swami ajudou pessoas rebeldes apenas por seu amor e tolerância. Em torno dele viviam pessoas, fazendo trabalhos úteis, que seriam incontroláveis em qualquer outro lugar. Swami Saradananda acreditava na potencialidade e possibilidade infinitas de cada alma, e sua crença era inabalável. Essa era a razão pela qual ele permaneceria absolutamente indiferente às aparentes falhas ou fraquezas de uma pessoa. Após o falecimento de Swami Brahmananda, houve uma proposta de tornar Swami Saradananda o Presidente da Ordem Ramakrishna. Ele rejeitou com base no fato de que o amado líder Swami Vivekananda o havia nomeado Secretário-Geral e, portanto, ele continuaria em seu dever.

 

Uma revista bengali “Udbodhan”, “Despertar” foi iniciada sob a inspiração de Swami Vivekananda. Swami Saradananda achava que a revista Udbodhan deveria ter sua própria editora. Também havia necessidade de uma casa para a Santa Mãe Sarada Devi ficar, durante suas visitas a Calcutá. Então, ele construiu uma casa na qual o térreo era o Escritório de Udbodhan, e no andar de cima ficava o templo e a residência da Santa Mãe. Isto veio a ser conhecido como “Casa Udbodhan” ou como “Morada da Santa Mãe”. Neste edifício, Swami Saradananda se sentava em uma pequena sala adjacente à entrada principal e se apresentava como o guardião do portão. Sentado de pernas cruzadas no chão desta pequena sala, ele conduziu a administração de toda a Ordem Ramakrishna. Ali, Swami Saradananda também escreveu uma história autêntica da vida do Mestre em bengali, Sri Ramakrishna Lila Prasanga - “Sri Ramakrishna, o Grande Mestre”. O livro não é apenas uma biografia, mas tem fornecido sustento espiritual a milhares de leitores. Certa vez, espantosamente, ele disse a seu assistente que o que havia escrito naquele livro sobre Samadhi havia sido vivenciado diretamente em sua própria vida. Além disso, ele diria que o Mestre fez dele o instrumento para escrever este livro.

 

Pode-se imaginar sua alegria quando a Santa Mãe veio e ficou na casa Udbodhan ! Ele cuidou dela com a maior seriedade. A Santa Mãe passou seus últimos dias na mesma casa, até que ela faleceu.

 

Certa vez, ele censurou um jovem monge por uma alegada falha. Posteriormente, quando Swami soube que o monge não era realmente o culpado, ele se arrependeu e se desculpou. Este incidente, mostrando sua magnanimidade, criou uma comoção na Missão.

 

Durante sua velhice, quando não podia sair exceto em um veículo, Swami Saradananda saiu em um meio-dia muito quente de verão. Sentindo-se ansioso para saber onde ele iria naquela hora inapropriada, seu assistente, Swami Asheshananda, o seguiu. Logo ele atraiu a atenção de Swami Saradananda, que a princípio pediu que ele não viesse, mas com seu apelo sincero, permitiu. Swami Saradananda subiu as escadas de uma casa e sentou-se ao lado de um paciente. O paciente sofria de tuberculose e estava no leito de morte. O Swami começou a acariciar o paciente carinhosamente, falando o tempo todo palavras da maior simpatia. O paciente ficou desatento - enquanto falava, saliva caia por todos os lados. Ele pediu a seu irmão que oferecesse algumas frutas e doces a Swami Saradananda. Enquanto o Swami assistente assistia toda a cena, ele estremecia, temendo que o Swami pegasse uma infecção. Ao retornar, o assistente tomou a liberdade de culpar Swami Saradananda, por comer ali, naquelas circunstâncias. Ele respondeu: "O Mestre costumava dizer que não fará nenhum mal você aceitar alimentos oferecidos com amor e devoção".

 

Um trabalho importante que Swami Saradananda fez foi organizar a primeira Convenção da Missão Ramakrishna, em Belur Math, em 1926. Certa vez, ele disse a um monge: “Olha, depois de fazer um trabalho tão volumoso em minha vida, tenho o conhecimento de que não fazemos nada. Somos meros instrumentos. Tudo acontece de acordo com a vontade do Mestre. Anteriormente, costumava pensar que sem mim este trabalho em particular sofreria. Durante minha ausência, quem faria esse trabalho ? Agora vejo que o trabalho do Mestre não vai parar por falta de ninguém".

 

Swami Saradananda advertiu um monge com estas palavras: “Não pense que apenas estados extáticos indicam um estado muito elevado na vida religiosa, somente o caráter puro é a base da vida religiosa. Sem caráter puro, quem pode manter todos esses estados extáticos ? Estados extáticos não podem durar sem um caráter puro e bom”. Sobre Sri Ramakrishna, Swami Saradananda disse: “O Mestre veio para tornar a religião mais fácil. As pessoas estavam sendo esmagadas sob o peso de regras e regulamentos. Para repetir o nome de Deus ou adorá-lo, não há necessidade de nenhum momento ou lugar especial. Em qualquer condição que alguém esteja, pode-se repetir Seu nome. O Mestre nunca deu muita importância a essas observâncias externas”. Swami Saradananda passou para a morada mais elevada em 1927. Swami Vivekananda disse certa vez a seus irmãos discípulos: “Não preguem a personalidade de Sri Ramakrishna, apenas vivam uma vida que pregará a dele”. Bem, Swami Saradananda viveu uma vida assim.

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