SWAMI SHIVANANDA
Compilador—Swami Prajnatmananda
PUBLICADO 06 DE DEZEMBRO DE 2020
Swami Shivananda foi uma grande personalidade espiritual, que nos lembra os atributos clássicos do Grande Deus Shiva. Antes de seu nascimento, sua mãe teve um sonho em que Shiva lhe apareceu e disse: “Estou satisfeito com sua devoção. Eu te abençôo e você será a mãe de um filho espiritual”. Desta maneira, a criança nasceu no ano de 1854, perto de Calcutá e foi chamada de Taraknath Ghoshal. Seu pai tinha realmente preparado um horóscopo elaborado para seu filho. Este previa que ele se tornaria um monge ou uma personalidade nobre. Tarak jogou-o fora no Ganges, quando escolheu a vida de monge.
Seu pai, Ramkanai Ghoshal, era um advogado de sucesso e uma pessoa religiosa. Grande parte de seus ganhos era gasta servindo aos homens santos e cuidando de estudantes pobres. Vinte e cinco a trinta alunos pobres sempre estavam abrigados em sua casa. A personalidade de Sri Ramakrishna atraiu muito Ramkanai. Ele frequentemente encontrava Sri Ramakrishna no templo da Mãe Divina em Dakshineshwar, Calcutá. Uma vez, durante intensas práticas espirituais, Sri Ramakrishna sofreu de uma sensação aguda de ardência por todo o seu corpo. Os medicamentos não conseguiram curar isso. Um dia, Sri Ramakrishna perguntou a Ramkanai Ghoshal se ele poderia sugerir algum remédio. Ramkanai Ghoshal recomendou usar Ishtakavacha, um amuleto com a inscrição do nome da divindade escolhida, em seu braço. Isso imediatamente aliviou-o da sensação de ardência.
Assim, o jovem Tarak ganhou espiritualidade como herança da família. Embora fosse um jovem talentoso, ele mostrou muito pouco interesse em seus estudos. Frequentemente, em meio a brincadeiras, risos e alegria infantil, ele repentinamente era tomado por um humor devocional. À medida que crescia, Tarak sempre aspirou a ter Samadhi, o estado mais elevado de experiência espiritual. Um de seus amigos disse-lhe que conhecia pelo menos uma pessoa que certamente alcançou o Samadhi, e esse era Sri Ramakrishna. Aqui está sua própria descrição das tendências de sua infância e juventude e de seu primeiro contato com Sri Ramakrishna. “Mesmo quando criança, eu tinha uma tendência inerente para a vida espiritual; e um sentimento inato de que o prazer não era o objetivo da vida. Percorri a cidade de Calcutá buscando o conhecimento de Deus em suas várias sociedades religiosas e templos. Mas não consegui encontrar satisfação real em lugar nenhum; nenhum deles enfatizou a beleza da renúncia, nem pude descobrir um único homem entre eles que possuísse a verdadeira sabedoria espiritual. Então, em 1880 ou 1881, ouvi sobre Sri Ramakrishna e fui vê-lo na casa de um de seus devotos em Calcutá. No primeiro dia de minha visita, vi Sri Ramakrishna entrando em Samadhi e quando ele retornou à consciência normal, ele falou em detalhes sobre Samadhi e sua natureza. Senti no fundo do meu coração que ali estava um homem que realmente havia realizado Deus e me entreguei para sempre a seus pés abençoados”. Tarak foi ao templo de Dakshineshwar para se encontrar com Sri Ramakrishna. Quando o encontrou em seu quarto, ele se sentiu como se sua própria mãe estivesse sentada à sua frente. Desde então, ele sempre considerou o Mestre como sua mãe. Depois das perguntas preliminares usuais, o Mestre perguntou a Tarak: “Em que aspecto de Deus você acredita ? Em Deus com forma ou sem forma ?”. Tarak respondeu: “Em Deus sem forma”. “Você tem também que admitir a Divina Shakti, a Energia Primordial”, disse o Mestre. Um dia Sri Ramakrishna pediu-lhe que colocasse a língua para fora. Então ele escreveu algo sobre ela. Isto teve um efeito estranho no rapaz. Ele sentiu uma sensação avassaladora tomando conta dele. O vasto mundo dos sentidos derreteu diante de seus olhos, sua mente foi absorvida profundamente em seu interior e todo o seu ser foi absorvido em um transe.
Uma vez o Mestre disse a ele, ‘Deus favorece aqueles que choram por Ele. Lágrimas de felicidade, assim derramadas, lavam os pecados de nascimentos anteriores'. As indefinidas aspirações de sua infância e juventude foram realizadas com a ajuda de Sri Ramakrishna. O Mestre mostrou-se para ele como sendo a consumação de todas as religiões. Conhecê-lo era conhecer a Deus. Com o crescimento dessa convicção, sua devoção ao Mestre aumentou cem vezes mais. Certa vez, o Mestre pediu a Tarak que passasse a noite no templo de Dakshineshwar. Mas ele recusou porque já havia prometido se encontrar com outra pessoa. Com isso o Mestre ficou satisfeito e observou: “Deve-se manter a palavra. Falar a verdade é a austeridade nesta era, Kali Yuga.” Às vezes Sri Ramakrishna acordava os jovens rapazes no meio da noite e dizia: “Olá, meus queridos jovens ! Vocês vieram aqui para dormir ? Se vocês passarem a noite inteira dormindo, quando vocês suplicarão por Deus ?”. Assim que ouviam essas palavras, eles se levantavam e começavam a meditar. Em outra ocasião, Sri Ramakrishna disse a ele: “No futuro, muitos devotos de pele branca virão aqui.” Referindo-se a esta declaração mais tarde, Swami Shivananda costumava dizer: “Deus é todo misericordioso. Ele não é limitado por tempo, lugar ou pessoa”.
Certa vez, três amigos Narendra, Kaliprasad e Tarak, sem informar a ninguém, partiram para Buda Gaya; o lugar onde Buda atingiu a iluminação, o nirvana. Eles passaram a maior parte do tempo sob a famosa árvore Bodhi, onde Buda alcançou o nirvana. Durante aquele período, um dia Narendra (mais tarde Swami Vivekananda) ficou tão dominado pela emoção que começou a chorar e abraçou Tarak, que estava meditando ao lado dele. É dito que, naquele dia, Narendra viu Buda entrar no corpo de Tarak.
As circunstâncias familiares forçaram Tarak a se casar. Mas a vida do mundo não era para ele. Sua pureza inata, paixão pela santidade e a graça do Mestre nunca permitiram que ele fosse vítima das armadilhas do mundo. A pureza perfeita em sua vida de casado rendeu para ele o nome popular de “Mahapurusha”, do grande Swami Vivekananda. Tarak se juntou ao grupo de jovens irmãos discípulos para servir e cuidar de Sri Ramakrishna durante sua doença. O serviço ao Mestre e a lealdade aos ideais comuns forjaram um vínculo indissolúvel de unidade entre esses jovens aspirantes.
A esposa de Tarak faleceu prematuramente nessa época. Tarak decidiu renunciar ao mundo, mesmo enquanto o Mestre ainda estava vivo. Com esse objetivo em vista, ele pediu permissão ao seu pai. Então seu pai, colocando a mão na cabeça do filho, o abençoou dizendo: "Possa você realizar Deus. Eu mesmo tentei muito. Até pensei em renunciar ao mundo, mas não foi possível. Eu te abençôo, portanto, para que você possa realizar Deus.” Tarak contou tudo isso ao Mestre, que ficou muito satisfeito e expressou sua calorosa aprovação. A morte do Mestre criou um grande vazio no coração dos jovens discípulos. Eles ingressaram ao mosteiro em Baranagore sob a liderança de Narendra, mais tarde Swami Vivekananda. Tarak fez os votos formais de monasticismo com os outros discípulos e veio a ser conhecido como Swami Shivananda. Eles começaram a passar a maior parte do tempo em intensa meditação e estudos das escrituras. Eles também se moviam de um lugar para outro como monges mendicantes, suportando todos os tipos de privações e adversidades. Fome e frio, sede e calor foram seu destino por anos. Eles geralmente eram reticentes sobre suas experiências espirituais pessoais. Mais tarde, Swami Shivananda relembrou aqueles dias: “Naquela época, o espírito de renúncia estava em chamas e a idéia de conforto corporal nunca passava pela mente. Embora viajasse quase sempre sem recursos, pela graça do Senhor, nunca estive em perigo. A presença viva do Mestre costumava me proteger sempre. Muitas vezes eu não sabia de onde viria a próxima refeição. Naquele período, uma profunda insatisfação me consumia e o coração ansiava por Deus”. Ele não era inclinado a observância de cerimônias e desconsiderava abordagens emocionais da religião. Ele sintonizou sua mente ao aspecto sem forma do Divino. Essa rígida devoção a Jnana, conhecimento divino, continuou por algum tempo. No fundo de seu coração, entretanto, estava seu amor ilimitado pelo Mestre.
No decorrer dessas viagens, Swami Shivananda também foi para Almora, situada no sopé do Himalaia. Lá ele conheceu um devoto rico chamado Lala Badrilal Shah. Ele logo se tornou um grande admirador dos discípulos de Sri Ramakrishna e cuidou muito deles sempre que os encontrava. Neste lugar, Swami Shivananda também conheceu E. T. Sturdy, um inglês interessado em Teosofia. Sturdy veio a ouvir de Swami Shivananda sobre as atividades de Swami Vivekananda no Ocidente. Em seu retorno à Inglaterra, ele convidou Swami Vivekananda para ir para lá e fez os preparativos para a pregação da Vedanta na Inglaterra.
Com o retorno de Swami Vivekananda do Ocidente, as peregrinações de Swami Shivananda terminaram. Ele foi a Madras para receber o Swami e voltou com ele para Calcutá. A pedido de Swami Vivekananda, ele foi para o Ceilão e pregou a Vedanta por cerca de um ano. Lá ele costumava dar aulas sobre o Gita e Raja Yoga. Suas palestras tornaram-se populares entre a comunidade educada local, incluindo vários europeus. Uma de suas alunas, a Sra. Picket, a quem ele deu o nome de Haripriya, foi especialmente treinada por ele. Sob sua orientação, ela se qualificou para ensinar Vedanta aos europeus. Mais tarde, ela foi para a Austrália e Nova Zelândia por orientação de Swami Shivananda e pregou a Vedanta. Em 1898, Swami Shivananda retornou ao Mosteiro, que estava então instalado na chácara de Nilambar Babu.
Em 1899, a epidemia de peste estourou em Calcutá. Swami Vivekananda pediu a Swami Shivananda e outros irmãos discípulos que organizassem o trabalho de assistência aos enfermos. Swami Shivananda empregou seus melhores esforços sem pensar em sua segurança pessoal. Quase ao mesmo tempo, um deslizamento de terra causou danos consideráveis aos residentes de uma região montanhosa chamada Darjeeling. Swami Shivananda arrecadou algum dinheiro como doações do público para ajudar aqueles que foram afetados pelo deslizamento de terra e o enviou a eles. Em 1900, Swami Shivananda acompanhou Swami Vivekananda durante uma visita ao Ashrama de Mayavati na região montanhosa. A inclinação natural de sua mente era para uma vida de contemplação. Então, ele foi novamente ao Himalaia para experimentar uma vez mais o deleite da paz e da meditação. Aqui ele passou alguns anos. Ele ocasionalmente descia para Belur Math. Swami Vivekananda havia pedido a ele para fundar um mosteiro no Himalaia. Swami Shivananda manteve seu desejo em mente e, em 1915, lançou a fundação de um mosteiro em Almora, no Himalaia. Isso foi completado por Swami Turiyananda, seu irmão discípulo.
Swami Vivekananda também havia pedido a Swami Shivananda para iniciar um mosteiro na cidade sagrada de Varanasi. Consequentemente, ele fundou lá um centro, em 1902. Os sete longos anos passados neste centro formaram um capítulo memorável de sua vida. Externamente, é claro, não houve nenhuma conquista espetacular. O Ashrama cresceu, não tanto como um centro de grande atividade social, mas como um centro de disciplina rígida e prática espiritual rigorosa. Tempos de ansiedade estavam por vir para Swami Shivananda. Os fundos do Centro de Varanasi logo se esgotaram. Às vezes, ninguém sabia de onde viriam as despesas do dia. A maior parte de seu tempo era consumido em práticas espirituais intensas. Ele dificilmente saia do Ashrama, e dia e noite ele estava em um elevado estado espiritual. Mesmo durante o inverno rigoroso, ele geralmente se levantava por volta das três da manhã e acendia o fogo. Em frente deste, os internos se sentavam para meditar, o que muitas vezes continuava até tarde da manhã. Durante esses tempos, Swami Saradananda, o então secretário-geral da missão Ramakrishna, pressionava-o fortemente para tentar arrecadar fundos para a Casa de Serviço local. Ele dizia brincando: “Irá a mera meditação trazer dinheiro ?”. Mas Swami Shivananda não podia mudar seu estilo de vida. Por algum tempo, ele abriu uma escola no Ashrama, onde ele mesmo ensinou inglês para um grupo de meninos locais. Por volta dessa época, ele traduziu as palestras de Swami Vivekananda em Chicago para o hindi, a língua nacional da Índia, para que as ideias de Swamiji pudessem se espalhar entre as pessoas.
Após o falecimento de Swami Brahmananda em 1922, Swami Shivananda foi nomeado Presidente da Ordem Ramakrishna. Ele viajou extensivamente por toda a Índia e começou muitos novos centros. Ele iniciou inúmeros devotos na vida espiritual, dando o nome sagrado de Deus, mantra diksha. Ele sempre estava em um estado extático. Onde quer que ele fosse, ele criava uma atmosfera de deleite ao seu redor. Monges e devotos se aglomeravam em volta dele de manhã e à noite e por horas as conversas espirituais continuavam.
Depois de 1930, sua saúde piorou em grande medida. A perda de seus irmãos discípulos e as responsabilidades organizacionais aumentaram seu estresse. Mas nada poderia diminuir o brilho de sua chama ardente de confiança em Deus. Sempre que alguém indagava sobre sua saúde, sua resposta favorita era: “Sita está bem, desde que seja capaz de repetir o nome de Rama.” Os médicos que vieram tratá-lo ficaram maravilhados com seu espírito alegre, que nada conseguia deprimir. Às vezes, ele apontava para seu cachorro Kelo e dizia: “Kelo é meu cachorro e eu sou o cachorro do Mestre”.
Em uma carta a um devoto, no final de sua vida, Swami Shivananda escreveu sobre o Mestre: “Ainda não cheguei a um entendimento final se ele era um homem ou um super-homem, um deus ou o próprio Deus. Mas eu vim a conhecer ele como sendo um homem de completa autoanulação, mestre da mais elevada renúncia, possuidor da sabedoria suprema e a própria encarnação do amor. Com o passar dos dias, estou ficando cada vez mais familiarizado com o domínio da espiritualidade e sentindo a extensão e profundidade infinita dos estados espirituais de Sri Ramakrishna. Cresce em mim a convicção de que compará-lo com Deus, como Deus é popularmente entendido, seria minimizar e rebaixar sua suprema grandeza. Eu o vi derramar seu amor igualmente sobre homens e mulheres, sobre eruditos e ignorantes, e sobre santos e pecadores”.
Durante seu mandato como Presidente da Ordem, o trabalho da Missão se expandiu continuamente. As idéias do Mestre se espalharam por novas terras. Os novos centros foram abertos não apenas em diferentes partes da Índia, mas também em vários países estrangeiros. Seu amor era amplo demais para ser limitado por interesses sectários; ele estendeu-se a todos os lugares e a todos os movimentos onde o bem estivesse sendo feito. Swami Shivananda começou um novo mosteiro em uma região montanhosa chamada Udakamandalam no sul da Índia. Enquanto estava lá uma vez, ele exclamou: “Eu vi uma figura luminosa saindo deste corpo (significando o seu próprio); e ela cresceu e cresceu, até que finalmente envolveu o mundo inteiro. O Mestre é meu Paramatman, o Ser Supremo. É Ele quem permeia todo o universo. ‘Um quarto dele é todo este universo; Seus outros três quartos imortais estão na região brilhante.'
Nesse lugar, uma vez ele estava caminhando com seu atendente. Vendo uma senhora ocidental no caminho, ele a cumprimentou cordialmente. Mas a senhora não retribuiu a saudação. Não somente isso, ela lançou para ele um olhar de desprezo e depois virou o rosto e foi embora. Ela era missionária e estava zangada porque a Missão Ramakrishna estava trabalhando para os pobres daquela área montanhosa. O monge assistente ficou ofendido e falou: “Maharaj, por que você a cumprimentou ? Ela foi embora, humilhando você !”. Swami Shivananda respondeu: “Não importa. Deve-se respeitar as mulheres de todos os países. A Mãe Divina se manifesta em todas as mulheres do mundo (Sri Chandi)”. Era da natureza de Swami Shivananda respeitar igualmente a todos, sem esperar qualquer retribuição em troca. Com esse comportamento inadequado, aquela senhora ocidental mostrou sua falta de refinamento e polidez. Mas isso não magoou Swami Shivananda em absoluto. Sempre que uma notícia de inundação, fome ou qualquer outra calamidade o alcançava, ele ficava ansioso com as vítimas; e não descansaria até que o trabalho de socorro fosse organizado para eles. Ele aconselhava até mesmo aqueles envolvidos em atividades de serviço: “O Mestre faz seu próprio trabalho. Você e eu somos apenas instrumentos. Concentre sua mente nele, e ele o fará fazer o que deve ser feito. O trabalho feito com egoismo não leva a nada. Que bem isso faz para o mundo ? Se alguém praticou muita austeridade, então Deus o torna um instrumento e atua por meio dele. Ele só atua quando há o espírito correto. O trabalho que não tem esse espírito é um desperdício de energia.” Ele dizia: “Preencha tanto sua mente pela manhã com pensamentos de Deus; que um ponto da bússola de sua mente estará sempre em direção a Deus, embora você esteja envolvido em várias atividades de distração”.
Uma noite, depois da ceia, alguns dos internos do mosteiro de Belur estavam se divertindo e rindo alto no pátio. O barulho de risos podia ser ouvido no quarto de Swami Shivananda. Ele sorriu um pouco e disse suavemente: “Os jovens estão rindo muito e parecem estar felizes. Eles deixaram seu círculo familiar e seu lar em busca de felicidade. Mestre, faça-os felizes !”.
A idade, que diminui nosso vigor físico e mental, serve apenas para aumentar a força e o encanto de uma personalidade espiritual. Os últimos anos da vida de Swami Shivananda foram dias da real majestade de um soberano espiritual. Seu olhar gentil e uma palavra de encorajamento colocavam uma nova esperança e energia nas pessoas frustradas e desesperadas. Nem todos os que vieram a ele precisavam urgentemente de consolo espiritual. Suas obras de caridade fluíram em um fluxo constante para muitas pessoas que gemiam sob a pobreza. Seu amor se mostrou de centenas de maneiras. Se algum de seus numerosos devotos ou membros do mosteiro adoecesse, ele nunca deixava de fazer perguntas ansiosas sobre eles.