Cristo, o Mensageiro

Jesus de Nazaré apareceu entre os judeus quando havia um estado de conservadorismo ou estagnação no campo da religião e espiritualidade. O conflito entre os fariseus e saduceus daquela época, também contribuiu para esta degradação. Isso exigiu o advento de um Mensageiro "para ajustar, conservar, reunir forças mais uma vez para uma elevação e uma elevação maior" no reino da religião e espiritualidade. Para colocar nas palavras de Jesus Cristo: “Ninguém jamais viu Deus, a não ser por meio do Filho”. Jesus atendeu a essa necessidade naquele período crucial da história. Na tradição hindu, também sempre que há predominância do mal, descobrimos que uma Encarnação de Deus aparece para estabelecer a retidão e salvar os virtuosos. Todas as melhores características da raça judaica encontraram expressão no caráter de Jesus Cristo. A esse respeito, Swami Vivekananda opina: “Nele está personificado tudo o que há de melhor e maior em sua própria raça, o significado, a vida, pela qual aquela raça lutou por séculos; e ele mesmo é o ímpeto para o futuro, não apenas para sua própria raça, mas para incontáveis ​​outras raças do mundo... Devemos ter outro fato em mente: que minha visão do grande Profeta de Nazaré é do ponto de vista do Oriente. Muitas vezes você esquece, também, que o próprio Nazareno era um oriental.” 

Swami Vivekananda era da opinião de que Jesus originalmente pertencia ao Oriente. Em apoio à sua opinião, ele cita as seguintes razões: “Todas as comparações, a linguagem figurativa em que a Bíblia está escrita - as cenas, os locais, as atitudes, os grupos, a poesia e símbolos - falam a vocês do Oriente; do céu brilhante, do calor, do sol, do deserto, dos homens e animais sedentos; de homens e mulheres vindo com jarros em suas cabeças para enchê-los nos poços; dos rebanhos, dos lavradores, do cultivo que está acontecendo ao redor; do moinho e roda d'água, da represa, das pedras do moinho. Tudo isso pode ser visto hoje na Ásia.” Swami Vivekananda acrescenta ainda: "A voz da Ásia tem sido a voz da religião... (A mente oriental) olhou para dentro, e não para fora... Não é de admirar que a mente oriental olhe com desprezo para as coisas deste mundo e naturalmente deseje ver algo que não muda, algo que não morre, algo que em meio a este mundo de miséria e morte seja eterno, bem-aventurado e imortal.”

As vidas desses Mensageiros de Deus são os melhores comentários de seus próprios ensinamentos. Jesus colocou diante de nós os mais elevados ideais da vida espiritual e era muito prático também. Ele disse: “As raposas têm tocas, os pássaros do ar têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar sua cabeça”. Ele literalmente seguiu essa doutrina em sua vida. Ele não tinha noção de "eu e meu". Ele era puro espírito, sem qualquer consciência corpórea, apenas uma "massa de luz".

Aqui está uma declaração de Swami Vivekananda que descreve a vida e o caráter de Jesus Cristo de uma maneira incomparável: “Ele (Jesus Cristo) não tinha outra ocupação na vida, nenhum outro pensamento exceto aquele, que ele era um espírito. Ele era um espírito sem corpo, liberto, um espírito livre. E não apenas isso, mas ele, com sua visão maravilhosa, descobriu que todo homem e mulher, fosse judeu ou gentio, rico ou pobre, santo ou pecador, era a personificação do mesmo espírito imortal como ele mesmo. Portanto, a única obra que toda a sua vida mostrou foi convidá-los a realizar sua própria natureza espiritual. Abandone, diz ele, esses sonhos supersticiosos de que você é inferior e de que é pobre. Não pense que você foi pisoteado e tiranizado como se você fosse um escravo; pois dentro de você está algo que nunca pode ser tiranizado, nunca pode ser pisoteado, nunca pode ser perturbado, nunca pode ser morto. Todos vocês são Filhos de Deus, espíritos imortais. "Saiba", declarou ele, "que o Reino dos Céus está dentro de você." "Eu e meu Pai somos um." Ousa você se levantar e dizer, não apenas que "Eu sou o Filho de Deus", mas também que devo descobrir no fundo do meu coração que "Eu e meu Pai somos um" ?  Isso foi o que disse Jesus de Nazaré. Ele nunca fala deste mundo e desta vida. Ele não tem nada a ver com isso, exceto que deseja manter o mundo como ele é, dar-lhe um empurrão e dirigi-lo adiante e para a frente até que o mundo inteiro tenha alcançado a resplandecente Luz de Deus, até que todos tenham realizado sua natureza espiritual, até que a morte desapareça e a miséria seja banida.”

Muitos estudiosos têm tentado olhar para Jesus Cristo de seu próprio ponto de vista e interpretar sua vida e ensinamentos de acordo com isso. Tem havido muitas controvérsias sobre sua historicidade e as datas do Novo Testamento. Swami Vivekananda estava ciente de tudo isso. Ele diz: “Observe, sejamos todos honestos. Se não podemos seguir o ideal, vamos confessar nossa fraqueza, mas não o degradar; que ninguém tente rebaixá-lo... Nossas escrituras dizem: 'Esses grandes filhos da Luz, que manifestam a Luz, são eles próprios a Luz; eles sendo adorados, tornam-se, por assim dizer, um conosco e nós nos tornamos um com eles.’"

Jesus mostrou um caminho para a realização que não precisava de nenhuma observância externa na forma de rituais etc. Ele não pregou nenhuma filosofia intrincada para compreender a verdade mais elevada. Ele disse que era um coração puro que nos traria a realização de Deus: “Bem aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus”.

Como as outras Encarnações de Deus, Jesus Cristo também concedeu sua graça aos buscadores sinceros; o pobre e o rico, o ilustre e o humilde. Deixe-me narrar a história de Jakob Böhme, um místico cristão que viveu na Alemanha durante o século XVI. Böhme era filho de um fazendeiro. Por causa de seu físico fraco, ele foi designado a cuidar dos animais da fazenda. Ele se considerou inapto até para esse trabalho. Então, ele foi admitido como aprendiz de sapateiro. Ele se tornou um mestre na fabricação de sapatos. Junto com sua profissão de sapateiro, ele orava regularmente a Jesus e lia a Bíblia Sagrada. Devido a sua devoção a Deus e dedicação ao seu trabalho, Böhme teve uma série de experiências místicas ao longo de sua vida. Um dia ele teve uma visão ao focalizar sua atenção na beleza refinada de um raio de sol refletido em um prato de estanho. Ele acreditava que essa visão lhe revelara a estrutura espiritual do mundo; bem como a relação entre Deus e o homem, e o bem e o mal. Diz-se que mais tarde Böhme experimentou outra visão interior na qual compreendeu ainda mais a unidade do cosmos e de Deus. Ele alcançou todas essas visões, apenas por sua fé e devoção em Jesus Cristo. Alguns dos clérigos que ouviram sobre suas visões e ideias sobre Deus declararam que ele era profano e tentaram persegui-lo.

Nosso caminho de devoção começa com o sentimento de que Deus é nosso Criador, recompensa as pessoas boas e pune os maus. Então, à medida que avançamos, entendemos que ele está mais perto de nós e é Onipresente. Se continuarmos nossa luta, perceberemos que somos um com Deus. Jesus Cristo ensinava de acordo com a capacidade dos aspirantes. Swami Vivekananda menciona: "É o Homem (Jesus Cristo) que disse: ‘Eu e meu Pai somos Um’, cujo poder desceu sobre milhões. Por milhares de anos, trabalhou para o bem. E sabemos que o mesmo Homem (Jesus Cristo), por ser não dualista, foi misericordioso com os outros. Para as massas que não podiam conceber nada mais elevado do que um Deus pessoal, ele disse: “Ore a seu Pai que está nos céus.” Para outros que poderiam compreender uma ideia mais elevada, ele disse: “Eu sou a videira, vós os ramos.” Mas aos seus discípulos, aos quais se revelou mais plenamente, ele proclamou a verdade mais elevada: 'Eu e meu Pai somos um.'” Quando Jesus disse a verdade mais elevada de que ele era um com Deus, seu próprio povo pensou que era blasfêmia e o perseguiu.

“O Sermão da Montanha” é considerado o mais elevado ensinamento espiritual de Jesus Cristo. Ele ensinou essas verdades apenas para seus apóstolos íntimos, levando-os para a encosta, onde não seriam interrompidos por outros. Na verdade, as pessoas comuns não estão interessadas nas verdades mais elevadas. Swami Brahmananda costumava dizer: “Sim, muitas pessoas vêm até nós. Temos o tesouro para dar a eles. Mas quantos estão prontos para recebê-lo? Eles só querem batatas, cebolas e berinjelas !”

Alguns desses ensinamentos de Jesus têm um significado interior. Por exemplo, quando ele disse: “Bem-aventurados os pobres de espírito; pois deles é o reino dos céus”. Aqui, "pobre de espírito" significa que um devoto deve ter humildade para ter a graça de Deus. É semelhante ao ensinamento de Sri Krishna: “Se você se prostrar diante das almas iluminadas que realizaram a Verdade, servi-las e questioná-las, elas irão instruí-lo no conhecimento de Brahman”.

Jesus diz: “Bem-aventurados os que choram; pois eles serão consolados.” Aqui, chorar se refere à dor que surge de um sentimento de perda espiritual e solidão espiritual por não se lembrar de Deus. É semelhante ao ensinamento de Sri Ramakrishna: “As pessoas derramam torrentes de lágrimas por causa das coisas mundanas. Mas quem derramou pelo menos uma lágrima porque ele não viu Deus?” Se alguém tem verdadeiro anseio por Deus, certamente fará progresso na vida espiritual. O método de ensino de todos os grandes mestres espirituais parece ser o mesmo. Eles nunca filosofam; eles tentam ensinar com a ajuda de contos e parábolas.

Existe outra declaração de Jesus Cristo: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça; pois eles serão saciados.” Isso nos lembra a história de um discípulo contada por Sri Ramakrishha. O discípulo perguntou ao mestre: “Venerável Senhor, como posso realizar Deus?" O mestre disse: “Venha, vou mostrar-lhe”. Ele levou o discípulo a um lago e os dois entraram. De repente, o mestre estendeu a mão e pressionou a cabeça do discípulo sob a água. Alguns momentos depois, ele soltou-a e perguntou: "Bem, como você se sentiu?" O discípulo ofegante disse: "Oh, eu estava morrendo de vontade de respirar!" Então o mestre disse: “Quando você sentir essa intensidade por Deus, não terá que esperar muito pela visão dele”.

Em todos os seus ensinamentos, Jesus enfatiza a obtenção da pureza de coração, lembrando-se constantemente de Deus durante as orações e em todas as nossas ações. Referindo-se a este ensinamento, Sri Ramakrishna costumava dizer: "Ao repetir constantemente, 'Eu sou um pecador', a pessoa realmente se torna um pecador. Deve-se ter tal fé para ser capaz de dizer: 'Eu cantei o santo nome de Deus. Como pode haver qualquer pecado em mim? 'Admita seus pecados para Deus; e jure não os repetir mais. Purifique o corpo, a mente e a língua por cantar o Seu nome. Quanto mais você se move em direção à luz, mais longe você estará da escuridão.”

É interessante ouvir os ensinamentos de Jesus Cristo no “Sermão da Montanha”. Mas, certamente, seria muito mais elevado realizar essas verdades em nossa vida. Temos que nos esforçar para isso, seguindo os seus ensinamentos.

Em um estágio de sua prática espiritual, Sri Ramakrishna foi tomado por um desejo irresistível de aprender a verdade da religião cristã. Ele começou a ouvir leituras da Bíblia, por Shambhu Charan Mallick. Sri Ramakrishna ficou fascinado com a vida e os ensinamentos de Jesus. Um dia ele estava sentado na sala de estar da chácara de Jadu Mallick em Dakshineswar. Lá, seus olhos se fixaram em uma pintura da Madona com o Menino. Olhando-a atentamente, ele foi gradualmente dominado pela emoção divina. As figuras da foto ganharam vida e os raios de luz que emanavam delas entraram em sua alma. O efeito dessa experiência foi muito forte. Ele gritou: "Ó mãe! O que você está fazendo comigo?" Então, ele entrou em um novo reino de êxtase. Jesus Cristo possuiu sua alma por três dias. No quarto dia, enquanto caminhava no jardim do templo, ele viu uma pessoa com lindos olhos grandes, um semblante sereno e pele clara vindo em sua direção. Quando os dois se encararam, uma voz ecoou nas profundezas da alma de Sri Ramakrishna: "Veja o Cristo, que derramou o sangue de Seu coração pela redenção do mundo. Ele que sofreu um mar de angústia pelo amor dos homens. É Ele, o Mestre Iogue, que está em eterna união com Deus. É Jesus, Amor Encarnado." O Filho de Deus abraçou o Filho da Divina Mãe e se fundiu nele. Sri Ramakrishna realizou sua identidade com Cristo, como ele já havia realizado sua identidade com Kali, Rama, Hanuman, Radha e Krishna. O Mestre entrou em samadhi e comungou com o Brahman sem forma e com qualidades divinas. Assim, ele experimentou a verdade de que o Cristianismo também era um caminho que conduzia à Consciência de Deus. Ele também acreditava que Cristo era uma das Encarnações de Deus.

Comparando a vida de Sri Krishna com a de Jesus Cristo, Swami Vivekananda diz: “Algumas palavras sobre a vida de Krishna. Há muitas semelhanças entre as vidas de Jesus e Krishna... Havia o rei tirânico em ambos os lugares. Ambos nasceram em uma manjedoura. Os pais foram amarrados em ambos os casos. Ambos foram salvos por anjos. Em ambos os casos, todos os meninos nascidos naquele ano foram mortos. A infância é a mesma... Além disso, no final, ambos foram mortos. Krishna foi morto por acidente; ele levou o homem que o matou para o céu. Cristo foi morto, e abençoou o ladrão e o levou para o céu."

“Existem muitas semelhanças entre o Novo Testamento e o Gita. O pensamento humano segue o mesmo caminho... Encontrarei a resposta nas palavras do próprio Krishna: "Sempre que a virtude diminui e a irreligião prevalece, eu desço. Venho repetidas vezes. Portanto, sempre que vires uma grande alma lutando para elevar a humanidade, saiba que eu vim, e adore.”

A vida e os ensinamentos de Jesus Cristo têm um significado especial no que diz respeito à Ordem Ramakrishna. Eu gostaria de narrar um evento importante na história da Ordem Ramakrishna. Após a partida de Sri Ramakrishna deste mundo, seus jovens discípulos íntimos decidiram fazer os votos monásticos de acordo com a tradição hindu. Nove deles, com Swami Vivekananda (então Naren) como seu líder, foram para uma vila chamada Antpur. Lá eles passaram algum tempo realizando práticas espirituais. Certa noite, eles acenderam uma grande fogueira, dhuni, e sentaram-se em volta dela para meditar. Acima estava a abóbada celeste salpicada de estrelas, e ao redor uma paz inefável. A meditação durou longas horas. Quando houve uma pausa, Naren começou a contar a história de Jesus Cristo; começando com o maravilhoso mistério de seu nascimento, passando por sua morte, até a ressurreição. Naren explicou a seus irmãos discípulos sobre os apóstolos de Jesus Cristo; e como São Paulo pregou o evangelho de seu Mestre e espalhou o Cristianismo por toda parte. Naren fez seu apelo para que eles se tornassem Cristos, para ajudar na redenção do mundo e realizar Deus. Em frente ao fogo, com as chamas iluminando seus semblantes, eles formalmente fizeram os votos monásticos, Sannyasa, diante de Deus e uns dos outros. O próprio ar parecia vibrar com seu fervor extático. Estranhamente, os monges descobriram depois que era véspera de Natal ! É por isso que o Natal é celebrado em todos os centros da Ordem Ramakrishna por meio de adoração e leitura da Bíblia Sagrada.

De acordo com Swami Abhedananda, um irmão discípulo de Swami Vivekananda, os estudantes da Vedanta têm uma melhor compreensão do Mensageiro. Ele diz: “Muito poucos dos verdadeiros cristãos podem compreender plenamente este significado universal mais sublime da filiação divina de Cristo e, consequentemente, de cada alma vivente... Os estudantes da Vedanta podem compreender este significado universal muito facilmente. Porque na Vedanta a questão da personalidade histórica de um indivíduo, por elevado e espiritual que seja, não é o ponto principal a ser discutido; seu único objetivo é elevar-nos acima de todas as limitações da personalidade e nos conduzir à realização da Verdade universal ou à divina filiação de cada alma individual. Somos todos filhos da bem-aventurança imortal, do Ser divino onipotente e onisciente.”

Swami Vivekananda adverte sobre as ideias fanáticas sobre os Mensageiros da seguinte forma: “Vamos, portanto, encontrar Deus não apenas em Jesus de Nazaré, mas em todos os grandes que o precederam, em todos que vieram depois dele, e todos os que ainda estão por vir. Nossa adoração é ilimitada e livre. Todos eles são manifestações do mesmo Deus Infinito. Eles são todos puros e altruístas; eles lutaram e deram suas vidas por nós, pobres seres humanos. Cada um deles sofreu penitência pelos pecados de cada um de nós, e por todos os que estão por vir... Em certo sentido, vocês são todos Profetas; cada um de vocês é um Profeta, carregando o fardo do mundo sobre seus próprios ombros... Nossas saudações vão para todos aqueles homens e mulheres divinos que estão trabalhando para ajudar a humanidade, seja qual for seu nascimento, cor ou raça! Nossas saudações aos que virão no futuro - Deuses vivos - para trabalhar abnegadamente por nossos descendentes."

Os Mensageiros de Deus são misericordiosos. Eles nos mostram o caminho adequado para a realização de Deus. Não só isso, se quiserem, podem conceder a emancipação a qualquer um por mero desejo. Ouvimos falar de Jesus Cristo curando aleijados e leprosos com um simples toque ou desejo. Na vida de Sri Ramakrishna também encontramos sua infinita misericórdia pela humanidade. No dia do ano novo de 1886, eram cerca de três horas da tarde. Sri Ramakrishna estava hospedado na chácara de Cossipore, em Calcutá. Naquela ocasião, ele desceu ao jardim para um pequeno passeio. Cerca de trinta discípulos leigos estavam no salão ou sentados sob as árvores. Sri Ramakrishna disse a um devoto, Girish: "Bem, Girish, o que você viu em mim, que me proclama diante de todos como uma Encarnação de Deus?" Ele se ajoelhou diante do Mestre e disse, com as mãos postas: "O que uma pessoa insignificante como eu pode dizer sobre Aquele cuja glória nem mesmo sábios como Vyasa e Valmiki puderam expressar adequadamente?" O Mestre ficou profundamente comovido. Ele disse: "O que mais direi? Abençoo todos vocês. Iluminem-se!" Dizendo isso, ele entrou em um estado espiritual. Ao ouvir essas palavras, todos os devotos ficaram emocionados. Eles correram para ele e caíram a seus pés. Ele tocou todos eles, e cada um recebeu uma bênção apropriada. Cada um deles, ao toque do Mestre, experimentou uma bem-aventurança inefável. Alguns riram, alguns choraram, alguns sentaram-se para meditar e alguns começaram a orar. Alguns viram luz, alguns tiveram visões de seus ideais escolhidos e alguns sentiram dentro de seus corpos a precipitação do poder espiritual. Naquele dia Ele se tornou, por assim dizer, uma árvore que realiza os desejos, Kalpataru. A partir desse dia, o Dia de Ano Novo também é observado pelos devotos de Sri Ramakrishna como o dia da realização dos desejos, Kalpataru Divas.